quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CONCLUSÃO DA PESQUISA

Esse trabalho teve como objetivo pensar e repensar as práticas utilizadas por professores de informática na área da educação infantil. O que motivou a realização desta pesquisa foram questões que dizem a respeito da não inclusão digital por parte de professores que atuam na educação infantil, mas não são professores de informática. A formação técnica e pedagógica
Sobre a metodologia proposta, foi possível realizar a entrevista com as profissionais: tanto o que atua na área da informática quanto com o regente da turma. Não foi possível realizar entrevistas com as crianças, pois houve alguns transtornos acerca desse ponto.
Segue então o que se pode concluir a partir das dúvidas temporárias e das certezas provisórias, relatadas posteriormente no projeto desta pesquisa. A partir da análise das respostas dadas pelos professores: regente de uma classe de Educação Infantil (EI) e de informática obteve-se os seguintes resultados:
Com relação às dúvidas temporárias, conclui-se que a formação do profissional entrevistado percebe-se que há conhecimento pedagógico, pois esse profissional cursa pedagogia e formou-se no magistério. Contudo, neste segmento ele (a) atende ao básico do que solicita-se para o trabalho com educação infantil que é o conhecimento pedagógico ou mesmo a busca deste conhecimento, já que o (a) profissional ainda não concluiu o curso de pedagogia.
Sobre os conhecimentos técnicos, esse (a) profissional apenas menciona que fez um curso de coordenação técnica de laboratório de informática. Em nenhum momento esse (a) profissional afirma ter algum curso específico na área de informática.
Sobre a questão do porquê os professores, em geral, têm aparentam um certo “medo” com relação ao computador/informática, diagnosticamos através de uma entrevista com um (a) professor (a) titular de uma turma de Educação Infantil que afirma que os professores demonstram esse tipo de comportamento, na maioria das vezes, porque não tiveram contato com a informática desde cedo. No entanto, esse comportamento, na sua opinião, tem apresentado mudanças, pois hoje em dia com a globalização e a internet muitos professores se obrigam a se aproximarem do computador mais e mais. Muitos deles até já não “vivem sem ele”.
Com a essa colocação, aparentemente quase um “testemunho” podemos concluir que esse (a) profissional está bastante ligado na questão do uso do computador. Possivelmente este (a) profissional já enfrentou algumas dificuldades com o uso do computador e por isso destaca que as crianças de hoje são mais privilegiadas neste sentido.
Quanto a opinião deste (a) profissional com relação a importância das aulas de informática na EI, ele (a) coloca que conforme como o professor de informática conduz a aula: se ele utiliza o computador como um objeto para despertar a curiosidade das crianças e incentivá-las ao desenvolvimento isso se torna muito positivo e enriquece as aluas. Porém se as aulas de informática são apenas utilizadas para brincadeiras, sem a intervenção de um adulto, isso pode se tornar um aprendizado muito solto, sem que haja um objetivo que realmente seja importante para a criança.
Aqui o (a) profissional demonstra ter um clareza bem enfática com relação ao que é ensinar informática na EI. Ele (a) se posiciona de maneira interessante uma vez que coloca sobre a intervenção dos adultos para que o processo de aprendizagem se dê de forma mais eficiente. Essa colocação está de acordo com o teórico James Bruner que fala sobre os “scaffoldings” (andaimentos) que os pais ou os adultos devem fazer com a criança com relação ao seu aprendizado. Bruner coloca que sem esses “andaimento” advindos dos adultos, o aprendizado se dá de forma mais solta e talvez menos efetiva, pois a criança tem a sua curiosidade natural, mas é necessário que ela tenha um apoio de adulto para organizar o seu aprendizado.
Sobre a questão do que seria ideal para trabalhar com a educação infantil nas aulas de informática, a professor (a) não colocou nada esse respeito, apenas disse que está a pouco tempo na escola e que os projetos de informática não estão de acordo com os projetos que ele (a) desenvolve em sala de aula.
Nesta primeira análise sobre o relato do (a) professora titular percebe-se que há uma forte clareza sobre o ensinar informática na EI quando ele (a) destaca a questão de que as aulas devem ter um objetivo desafiador para que o aluno possa obter maiores resultados. Resultados esses que devem ser proposto pelo profissional de informática e para tanto é necessário que tenha planejamento, pois todo um trabalho deve apresentar um produto final, ou pelo menos deveria aproximar-se de algum desejável.
Das nossas certezas relatadas no inicio deste trabalho, elas continuam salientes e também continuam sendo as mesmas certezas: ainda acredita-se que as crianças são mais abertas, pois em observações feitas nas aulas de informática percebe-se que os alunos têm uma grande motivação e também um grande entusiasmo ao novo. Também nestas observações feitas, pode-se dizer que o estímulo ao novo e mesmo ao que os alunos conhecem é fundamental para que eles estejam integrados a aula e satisfeitos com seus aprendizados.
Para tanto, faz-se necessário que o professor tenha clareza do que uma criança necessita, e pelo que se vê esse (a) profissional corresponde, porém na questão técnica, isso é algo que pode trazer prejuízos em função da limitação desses conhecimentos.
Contudo, conclui-se o presente trabalho destacando que ainda há muito a ser feito. Sabe-se que com essa pesquisa aqui apresentada não se mudará muita coisa, mas espera-se que aqueles que tiverem acesso a ela possam a partir daqui ao menos refletir sobre o assunto. Aos professores de informática na EI sugere-se que levem sempre em consideração a faixa etária com que trabalham, pois nesta idade pré escolar meses de diferença entre uma criança e outra pode significar muita diferença. Também sugere-se que procurem, a medida do possível, trabalhar com projetos, e se possível paralelos aos projetos das professoras titulares.
Aos professores regente de turma de EI sugere-se que haja cada vez mais interesse pela área da informática, pois se bem usada, é um instrumento que pode gerar muitos ganho para as aulas regulares dos alunos de EI.
Aos acadêmicos e público em geral, sugere-se a reflexão deste assunto e também criticas e sugestões a cerca deste trabalho.

A utilização da informática em idade infantil

Por: Manuel F. A. Meirinhos

Comentário do texto lido por Joana:

As novas tecnologias só são novas para quem nasce antes delas serem inventadas. Para as crianças, a tecnologia informática já não é nova. Foi criada antes delas nascerem. Desenvolvem os seus esquemas mentais integrando o funcionamento da tecnologia que para nós é nova. Para eles a tecnologia é natural, transparente. Só os adultos necessitam de se adaptar, formar novas estruturas mentais, para aceder, seleccionar e tratar a informação, tal como os novos suportes o permitem. A adaptação dos adultos requer, por vezes, grande esforço e pode gerar bastante desequilíbrio. É um esforço necessário aos profissionais da educação. Numa civilização em que a informática vai desempenhar um papel primordial, a utilização da informática nas primeiras idades pode, só por si, ser um factor de igualdade social, ao permitir a crianças mais desfavorecidas, crescerem com a tecnologia, que em casa não possuem, mas que mais tarde fará parte do seu meio natural. A formação dos educadores, nos aspectos acima referidos é de primordial importância, pois é nas aprendizagens destas idades que assenta todo o desenvolvimento futuro. Ninguém melhor que o educador conhece as suas crianças. É quem melhor pode seleccionar os programas mais adequados às necessidades de cada criança, e quem melhor os pode integrar na estratégia metodológica que permita atingir os resultados desejados. A partir do software existente, com estratégias adequadas, e em função das capacidades e conhecimentos da criança, podem-se realizar actividades muito atractivas, que podem contribuir (segundo Oró, 1997) para o desenvolvimento do processo de autoaprendizagem e de correcção dos próprios erros. Aumentar a responsabilidade na tomada de decisões nas tarefas a realizar. As crianças adquirem destrezas e habilidades relacionadas com a psicomotricidade fina e adquirem a dimensão espacial para além de um só plano. Desenvolvem também, a compreensão da linguagem iconográfica e visual, aumenta a autoestima e a colaboração.

Bibliografia
1. Bartolomé Pina, A R. (1996): Preparando para um nuevo modo de conocer. http://.uib.es/depart/dcweb/revelec4.html
2. Gros Salvat, B. (1987): Aprender mediante el ordenador. PPU. Barcelona.
3. Guardia, M. J. J. e Oró, M. G.(1997): Desarrollos multimedia en Educación Infantil. http://www.ieev.uma.es/edutec97/edu97_ta/taller10.html
4. Miguell, M. E. (1995): Los Recursos Informáticos en la etapa de educación infantil de tres a seis años, in: Aula de Inovación Educativa, nº 40-41.
5. OCDE/CERI (1989): Les Technologies de l'information et l'educaton: choisir les bons logiciels. Paris.
6. Oró, M, G. (1997): Informática Infantil?. http://www.doe.d5.ub.es/te/#a97
7. Oró, M. G., Bartolomé Pina, A. y Carbó, A. R. (1999).: La segunda barrera: el desarrollo del professorado en el uso de nuevas tecnologias en el aula. http://tecnologiaedu.us.es/edutec/paginas/
8. Papert, S.(1997): A família em rede. Ed. Relógio d'Água. Lisboa.
9. Pichette, M.: Une école contemporaine de la societé, de la culture et des jeunes. http://www.screen.com/mnet/fre/prof/mediacan/vivre/pichette.htm
10. Rodrigues, D. (1992): Reflexões sobre a utilização das tecnologias da informação nas primeiras idades, in: Informática & educação, nº 3.
11. Sánchez, I. C. Y López, J. C.(1999): Introducción del computador en educacioón infantil: propuestas organizativas. http://tecnologiaedu.us.es/edutec/paginas/100.html.
12. Solomon, C. (1987): Entornos de aprendizage com ordenadores. Paidós/MEC. Madrid.
13. Squires, D. e McDougall, A. (1994): Como elegir e utilizar Software Edutaivo. Ed. Morata. Madrid.
14. Turkle, S. (1989): O segundo Eu: os computadores e o espírito humano. Ed. Presença. Porto.
15. Vitale, B. (1994): La integración de la informática em el aula: consideraciones generales para um enfoque transdisciplinar. Aprendizage Visor. Madrid.

domingo, 7 de dezembro de 2008

EDUCAÇÃO DIGITAL E EDUCAÇÃO INFANTIL

Acesse a nossa apresentação de slides para saber mais sobre nossas reflexões desencadeadas durante a pesquisa e coleta de dados...


http://www.slideshare.net/jol0312/educ-digital-e-educ-infantil-presentation

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ENTREVISTA COM UMA PROFESSORA TITULAR DE TURMA

Você considera importante, aulas de informática na educação infantil? Por quê?
Depende da forma que as aulas são conduzidas. Ou seja, se o professor utiliza o computador de forma que ele seja um objeto desafiador e que desperte a curiosidade nas crianças, ele é muito importante; pois sendo assim, ele está contribuindo com o processo de aprendizagem das crianças, inclusive enriquecendo o trabalho. No entanto, se o computador é utilizado de forma inadequada, onde simplesmente as crianças "brincam", sem a intervenção do adulto, acredito que as aulas de informática se tornam um mero passatempo.
Porque é tão difícil para os professores incluírem-se no mundo digital?
Na minha opinião, o computador sempre pareceu algo muito complicado, principalmente para as pessoas que não tiveram contato com ele desde cedo, como hoje em dia nossas crianças já tem. No entanto, acredito que isso já vem mudando, pois à medida que o mundo foi ficando mais globalizado e a internet virou algo que algumas pessoas não "vivem sem", os professores também estão se vendo obrigados a saber sobre o mundo digital.
As aulas ministradas no laboratório de informática condizem com o seu projeto em sala de aula?
Não.
De que forma você percebe que as aulas de informática estão auxiliando no desenvolvimento de seus alunos? Você percebe alguma diferença neles?
Estou a pouco tempo na escola, por isso não posso avaliar com profundidade. No entanto, percebo o contentamento deles nestes momentos, mais pela diversão que lhes é proporcionado, do que pelo trabalho desenvolvido.